Yoga e Meditação para Todos: a pessoa surda e a vida humana preciosa

Um projeto que visa a tornar a sabedoria milenar do yoga, da meditação e do budismo acessíveis ao povo surdo falante de libras


Por
Revisão: Patrícia Resende

Neste artigo, o professor Tarcísio de Arantes Leite relata sua experiência no projeto de extensão Yoga e Meditação para Todos, que coordena desde 2019 no âmbito do Departamento de Libras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 


Desde minha infância até os 24 anos, ocasião em que cursava a Faculdade de Letras, nunca havia tido contato com pessoas surdas ou com a Língua Brasileira dos Sinais (Libras). Na verdade, ignorava essa realidade por completo.

A única lembrança que me ocorre e que só brotou na minha memória depois de começar a estudar essa área, foi a de uma menina que, por vezes, brincava comigo e com meus amigos na rua, quando eu era pequeno, e que foi apelidada pelas crianças de “Biaga” – pelo fato de frequentemente emitir vocalizações do tipo “bia-ga-bia-ga…” enquanto brincava. Tenho a vaga lembrança de se referirem à Biaga como “surda-muda” e minha memória sobre surdez em minha infância e adolescência acaba por aí. Sem poder se comunicar com os demais de igual para igual, “Biaga” nunca se integrou muito com o restante da turma, embora sua condição não fosse um impeditivo para que se divertisse conosco naquelas brincadeiras em que a comunicação em português desempenhava menor importância, como o bom e simples pega-pega.

Ventos cármicos que me sopraram em direção ao povo surdo e à Libras

No ano 2000, iniciei uma Faculdade de Letras — Inglês/Português, em São Paulo, motivado por meu interesse por línguas e comunicação. Na faculdade, conheci o campo dos estudos linguísticos, que me fascinaram desde o início por me instigar a compreender o fenômeno da linguagem em suas múltiplas dimensões (social, cultural, histórica, psicológica, biológica, filosófica etc.), mais do que apenas focar o desenvolvimento de uma proficiência na língua inglesa ou portuguesa em si. E foi ao final de meu segundo ano de graduação que, em meio a esse fascínio, soube da existência das línguas de sinais e da condição de vida social e linguística das pessoas surdas pela primeira vez.

Havia um professor que eu gostava e que ministrava uma disciplina de “Fonologia da Língua Inglesa”, o prof. Leland Emerson McCleary, e como eu gostava de suas aulas, fui falar com ele sobre possibilidades de desenvolver uma Iniciação Científica. Sem ter em mente algum tema específico, pedi sua sugestão e ele me disse que pensaria alguns dias antes de trazer uma proposta.

Algum tempo depois, ele me relatou que havia recém-iniciado um projeto de colaboração com uma escola especial de surdos de São Paulo e me introduziu a um texto do linguista Sherman Wilcox, Struggling for a Voice: An Interactionist View of Language and Literacy in Deaf Education (“Lutando Por uma Voz: Uma Perspectiva Interacional sobre Linguagem e Letramento na Educação de Surdos”). O texto discutia a perspectiva social acerca da surdez e da educação de surdos, bem como a contribuição dos estudos linguísticos para essa área.

Nele, Wilcox argumentava que a perspectiva da pessoa surda como “deficiente” não deveria ser pressuposta como uma visão da realidade em si; ao invés disso, tratava-se de uma construção social, com implicações profundas para a vida das pessoas surdas. Elaborando o seu argumento, o autor contrapôs duas visões sociais distintas sobre a surdez, que ele denominou “perspectiva incapacitante” (também conhecida como perspectiva medicalizante) e “perspectiva empoderadora” (também conhecida como perspectiva antropológica).

Na perspectiva incapacitante, majoritária na maior parte das sociedades, a pessoa surda é referida como “deficiente auditiva”, porque é definida a partir daquilo que ela carece, a “ausência do sentido auditivo”. As dificuldades que ela enfrenta na vida, nessa visão, são fruto dessa “falta biológica que ela carrega” e o modo de educá-las e integrá-las socialmente é “remediando essa deficiência”, através do chamado processo de “oralização”, com o treinamento fonoaudiológico por meio do qual os surdos podem, com muito esforço e pouca garantia, desenvolver a capacidade de articular uma língua oral e ler os lábios de quem interage com eles.

Wilcox, contudo, desnaturaliza essa visão e expõe seus vieses ideológicos subjacentes, ao descrever uma perspectiva alternativa, empoderadora, sobre a pessoa surda. Nessa outra perspectiva, a pessoa surda não é vista como “deficiente”, mas como alguém que apresenta uma condição sensorial distinta de se relacionar com o mundo, predominantemente visual. As dificuldades que ela enfrenta não resultam dessa condição, mas da falta de acolhimento e abertura da estrutura social para recebê-la em sua diferença. E o modo de melhor educá-la e integrá-la socialmente é possibilitando que desenvolva todo o seu potencial humano, oferecendo o contato mais precoce possível com outros surdos falantes de uma língua de sinais – as únicas línguas que podem ser adquiridas por elas e tornadas “línguas maternas” de maneira espontânea, tal como as pessoas ouvintes espontaneamente adquirem as línguas orais.

#PraTodosVerem: quadro expressionista da artista surda Nancy Rourky, denunciando a visão incapacitadora, representada aqui pela obra “Audism Block” (“O Bloqueio Ouvintista”), com retrato de pessoa em desânimo, havendo dois pares de mãos delimitando sua boca e seu ouvido (Foto: Reprodução)

 

#PraTodosVerem: as obras de Nancy Rourky também promovem a visão empoderadora, aqui com o quadro “Understanding Deaf Culture” (“Compreendendo a Cultura Surda”), trazendo um grupo de pessoas em roda em uma mesa, com as mãos ao ar, sorrindo, conversando e olhando às outras (Foto: Reprodução)

O texto sugerido por meu professor teve grande impacto em mim, de modo que decidi desenvolver a minha Iniciação Científica nesta área de estudos. Desde então, a minha conexão cármica com as pessoas surdas e com a Libras tem se fortalecido dia após dia. Ao término de minhas pesquisas iniciais na graduação, dei continuidade ao estudo da Libras na pós-graduação, ao mesmo tempo em que aprendia a Libras a partir do estudo e da convivência com a comunidade surda em São Paulo.

Nesse sentido, segui  frequentando cursos de Libras, trabalhando voluntariamente em instituições e eventos da comunidade e me envolvendo no seu cotidiano, inclusive, indo a notórios pontos de encontro de surdos na cidade de São Paulo, tal como a praça de alimentação do Shopping Tatuapé, na Zona Leste, que, aos sábados à noite do início dos anos 2000, ficava repleta de mãos dançantes mais interessadas em “bater papo” do que em levar alimento à boca e quase sempre deixando o shopping somente sob o convite persistente dos seguranças após o horário de fechamento.

Quando concluí a pós-graduação, em 2008, o Brasil vivia um importante período de transição no âmbito da vida da comunidade surda. Duas conquistas legais, a Lei n. 10.436, de 2002, e o Decreto n. 5.626, de 2005, reconheceram legalmente a Libras como um sistema linguístico pleno falado pela comunidade surda brasileira e estabeleceram as primeiras diretrizes para a sua disseminação nos campos da Educação e da Saúde, entre outros.

Como resultado, surgiram os primeiros cursos de Letras-Libras no Brasil, sendo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pioneira nesse oferecimento. Foi nesse período que surgiu, então, a oportunidade para que eu ingressasse como professor no curso de Letras-Libras presencial recém-criado na UFSC, no qual tenho atuado até os dias de hoje.

A condição social e linguística da pessoa surda

Antes de passar ao relato da experiência do projeto Yoga e Meditação para Todos, algumas considerações sobre a condição social e linguística da pessoa surda são importantes para que o público leigo compreenda a importância de os surdos terem acesso ao conhecimento, incluindo as tradições do yoga, da meditação e do budismo, por meio de uma língua de sinais, e não apenas da língua oral majoritária do país em que vivem.

Quando pensamos em contextos de “surdez”, estamos falando de uma gama muito variada de circunstâncias biológicas e sociais e cada uma delas tem impacto direto no modo como as pessoas surdas se comunicam ou preferem se comunicar. É possível nascer surdo ou se tornar surdos em diferentes momentos da vida, de forma súbita ou gradual.

Além disso, a surdez pode estar presente em diferentes graus: desde uma escala leve, moderada e severa até profunda. Pode também estar associada a um ou aos dois ouvidos. Essa diversidade sensorial, que já implica em uma gama variada de tendências comunicativas, vai ser ainda colocada em jogo com os diferentes contextos sociais e culturais em meio aos quais a criança surda vai ser criada, o que resulta em perfis comunicativos bastante variados no que diz respeito à proficiência de cada indivíduo no português, seja ele oral ou escrito.

Em meio a essa diversidade, há uma grande parcela da população surda, que estamos trazendo aqui em foco, especialmente crianças e jovens que, por terem nascido surdos ou por adquirirem surdez na infância ou na adolescência, demonstram uma clara tendência e aptidão à comunicação em uma língua visual que, para eles, pode ser adquirida naturalmente, espontaneamente e com proficiência garantida, sem a necessidade de instrução.

Aqui no Brasil, essa língua é a Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Para essa parcela de crianças e jovens surdos brasileiros, o português, por ser oral e auditivo e, portanto, inacessível em suas interações cotidianas, acaba sendo experienciado subjetivamente como uma língua “estrangeira”, que requer instrução e processos formais de aprendizagem, com resultados imprevisíveis e dependentes de diversas circunstâncias.

Uma larga parcela da comunidade surda, então, costuma chegar à idade adulta com uma proficiência no português mais limitada e, mesmo aqueles(as) que conseguem alcançar uma boa proficiência, muitas vezes demonstram clara preferência pela Libras como modo de interação social e acesso ao conhecimento, comparativamente ao português.

Apesar dessa tendência natural à comunicação linguística de base manual e visual, o contexto social e cultural dessas crianças e jovens surdos tem sido historicamente marcado muito mais por uma perspectiva de surdez incapacitadora do que empoderadora. Tanto na família, quanto na escola e na clínica de reabilitação, a maioria das crianças é vista como “deficientes auditivas”, que “tem dificuldade para falar” – supondo-se, equivocadamente, que a “fala” ou linguagem verbal só possa ser expressa vocalmente.

Consequentemente, muita ênfase é dada em remediar essa “deficiência”, por meio da oralização e, em casos de completo desconhecimento das evidências científicas ou simplesmente preconceito, também se recomenda que a criança não tenha contato com a Libras, com base em mitos populares tais como: “é uma linguagem gestual incapaz de falar sobre conceitos abstratos”; “se a criança surda tiver contato com língua de sinais, vai ficar preguiçosa para aprender a língua oral”; “o tempo que dedicar à língua de sinais vai ser tempo perdido na aprendizagem da língua oral” etc.

#PraTodosVerem: na imagem, extraída do filme “E Seu Nome é Jonas”, o rosto do menino surdo Jonas aparece diante de sua terapeuta, em uma sessão de treinamento fonoaudiológico. Ele está utilizando fone de ouvido e apresenta um semblante sério, apreensivo, enquanto ela toca o aparelho na lateral direita do fone de ouvido com o dedo. Essa obra clássica do cinema, que traz entre seus protagonistas o ator James Woods (pai de Jonas), ainda retrata com fidelidade e sensibilidade a experiência de vulnerabilidade social e linguística vivenciada por grande parte das pessoas surdas, embora tenha sido produzida 45 anos atrás, em 1979 (Foto: Reprodução/ Youtube).

 

 

No entanto, mesmo diante desse contexto social e cultural opressor, as crianças e jovens surdos são resilientes em sua inclinação para interagir com o mundo através de uma língua plenamente acessível a eles, uma língua de sinais. Essa resiliência é encontrada em todos os locais e momentos da história em que esteja disponível uma massa crítica de surdos, o que possibilita que comunidades em torno de uma língua de sinais possa emergir.

Considerando que grande parte das crianças e jovens surdos nascidos em famílias de ouvintes muitas vezes só conseguem ter acesso a essas comunidades de modo tardio, é comum, em seus relatos autobiográficos, histórias comoventes sobre como se deu esse primeiro encontro, quando se depararam com um ambiente, quase sempre de associações de surdos ou de escolas de surdos, em que todos(a) ao seu redor falavam em uma língua a qual elas tinham pleno acesso. São episódios vivenciados como um despertar para a vida, um momento emblemático a partir do qual as coisas em seu entorno finalmente passam a ganhar sentido.

A comunidade surda e a presente vida humana preciosa

Ao longo da história, sempre houve lideranças (por vezes surdas, por vezes ouvintes) defensoras da importância das línguas de sinais para o desenvolvimento das pessoas surdas. Essa visão só ganhou sustentação científica, contudo, a partir dos estudos teóricos e empíricos do pioneiro educador e linguista William C. Stokoe, que na década de 1960 descreveu os sinais da American Sign Language (a ASL) utilizando os mesmos princípios e métodos que a linguística de sua época utilizava para o estudo de línguas orais. A partir daí, então, estudos subsequentes vieram corroborar a visão de que as línguas de sinais são línguas naturais completas, dotadas de uma gramática e um vocabulário autóctones como qualquer outra linguagem verbal, e com o mesmo potencial que as línguas orais apresentam na constituição da experiência humana.

Todos os fenômenos linguísticos observados nas línguas naturais orais se manifestam também com as línguas naturais de sinais. Elas não são universais, mas variam socialmente, de país para país ou mesmo de grupo social para grupo social em um mesmo país. Elas possibilitam falar tanto sobre o aqui-agora quanto sobre o ontem e o amanhã, tanto sobre questões concretas da interação imediata quanto sobre temas abstratos, filosóficos e existenciais. Ainda que essa visão não esteja suficientemente disseminada, seja na área médica, educacional, ou mesmo na sociedade de modo geral, a ciência linguística hoje possui um corpo de conhecimento robusto que atesta o estatuto linguístico pleno das línguas de sinais e, consequentemente, o potencial que as pessoas surdas têm de se desenvolver emocionalmente, socialmente, intelectualmente, tal como qualquer outro ser humano. Quando esse potencial deixa de ser realizado, isto é, quando uma pessoa surda apresenta atrasos cognitivos ou dificuldades emocionais e sociais, essas complicações decorrem, portanto, não da condição da surdez em si, mas do contexto sociocultural no qual ela está inserida, particularmente quando se vê privada de uma língua de sinais.

Foi com essa compreensão que, depois de alguns anos seguindo os ensinamentos de Lama Padma Samten e praticando junto à sanga do CEBB Florianópolis, deparei-me com uma das grandes obras da linhagem Nyingma do budismo tibetano, o texto clássico de Patrul Rinpoche, Palavras do meu Professor Perfeito. Nesse texto, fui surpreendido pelo capítulo que tratava das “liberdades e vantagens” que possibilitam um “nascimento humano precioso”, a condição em que os seres sencientes ganham a oportunidade de acessar o Darma, praticá-lo e superar a experiência cíclica de sofrimento do samsara. Nesse ensinamento, Patrul Rinpoche inicia a sua contemplação sobre a vida humana preciosa apresentando “os oito estados nos quais não existe tal oportunidade”, descritos na tradução em português como:

Nascer nos infernos, no reino dos pretas,
como um animal, um deus de vida longa ou um bárbaro,
ter visões errôneas, nascer quando não há nenhum buda,
ou nascer surdo e mudo: esses são os oito estados sem liberdade” (p. 77).

Em seguida, ao iniciar a contemplação sobre cada um desses estados, Rinpoche elabora:

A mente de uma pessoa que nasce surda e muda não pode funcionar adequadamente, e o processo de escutar os ensinamentos, expô-los, refletir sobre eles e colocá-los em prática é impedido” (p. 79).

A inclusão da expressão “surdo e mudo” como um dos oito estados em que não há oportunidade de praticar o Darma e a reflexão que se segue me fizeram ponderar que, do mesmo modo que observamos na maior parte das sociedades, também no Tibete as pessoas surdas devem ter tido dificuldades de acesso a uma língua de sinais local ao longo da história. Rinpoche estabelece uma correlação entre “nascer surdo” e “ter uma mente que não pode funcionar adequadamente”, o que sabemos que pode acontecer em circunstâncias socioculturais de privação linguística.

Em sua última contemplação sobre a questão, no entanto, as palavras de Patrul Rinpoche me parecem abrir espaço para a distinção que considero crucial de ser feita, entre a condição sensorial dos surdos e as suas possíveis implicações cognitivas:

A descrição ‘surdo-mudo’ geralmente refere-se a uma disfunção da fala. Ela passa a ser uma condição em que não há oportunidade para praticar o Darma quando a capacidade humana de usar e entender a linguagem está ausente” (p. 79).

Ao ler essa última contemplação, ficou evidente para mim que o ponto crucial que irá determinar a oportunidade ou não do acesso e prática do Darma – e consequentemente, a oportunidade de obtenção de uma vida humana preciosa – não é a condição sensorial da surdez em si, mas a capacidade humana de usar e entender a linguagem. Partindo do conhecimento que temos hoje, então, sabemos que essa capacidade, a faculdade da linguagem verbal humana, permanece intacta nas pessoas surdas. Só é preciso que seja proporcionado a elas a oportunidade de exposição a uma língua de sinais, preferencialmente de modo mais precoce possível. Uma vez equipadas com uma língua natural em uma modalidade acessível a elas, de base visual e não auditiva, as pessoas surdas estarão plenamente capacitadas a escutar (no sentido profundo do termo, que vai muito além da audição até mesmo para aqueles que ouvem!), refletir e praticar os ensinamentos, desde que estejam disponíveis em sua língua nativa, que no contexto brasileiro é a libras.

Atividades do projeto Yoga e Meditação para Todos

O projeto Yoga e Meditação para Todos vem sendo desenvolvido como um projeto de extensão e pesquisa no âmbito do Departamento de Libras da Universidade Federal de Santa Catarina, trazendo como objetivos promover atividades práticas de yoga e meditação em libras; oferecer interpretação libras-português em contextos de prática, estudo e ensinamentos que envolvam surdos e ouvintes juntos; e produzir traduções de textos do português e inglês para a libras filmada.

O projeto nasceu em 2019, quando uma professora de yoga, Monica Auga, fez contato comigo na universidade depois de saber de atividades pontuais relacionadas ao ensino de yoga que eu havia organizado junto a alunos e professores surdos da UFSC. Monica havia tido contato com uma aluna surda quando atuou como professora em uma escola pública e, depois de se tornar professora de yoga, essa experiência fez despertar nela a motivação de um dia poder compartilhar o yoga com a comunidade surda.

Assim, em 2019, demos início à primeira atividade prática do projeto. Ao longo de um ano, Monica ofereceu aulas de yoga – dentro da tradição na qual se formou, do mestre B. K. S. Iyengar – a um grupo de professores e alunos surdos, além de pessoas surdas da comunidade externa à universidade. Quando demos início a essa prática, Monica ainda não dominava a libras, de modo que adotamos duas estratégias: eu atuei como intérprete em suas aulas ao mesmo tempo em que ela se dedicava, paralelamente aos encontros, ao estudo e à prática da libras. Atualmente, Monica continua ensinando yoga à comunidade surda, mas agora a sua proficiência já é suficiente para possibilitar que se comunique diretamente com os alunos, sem necessidade da mediação de intérpretes, tanto em aulas online, iniciadas no período da pandemia, quanto em aulas presenciais, que foram retomadas ao final da pandemia.

Foi também no início da pandemia que passei a facilitar práticas de meditação junto à comunidade surda em encontros online. As práticas começaram com lives no Instagram, em uma conta criada para divulgação das atividades do projeto. Inicialmente, a repercussão das atividades foi grande, pois o yoga e a meditação eram praticamente desconhecidos entre a comunidade, obviamente pela ausência de circulação desse tipo de prática e conhecimento em libras. Assim, tivemos encontros com muitos participantes, nos quais as pessoas surdas puderam trazer suas indagações sobre a prática da meditação, algumas delas comuns às que trazem as pessoas ouvintes (por exemplo, a suposição de que “a meditação exigiria um esforço para apagar os pensamentos”) e outras específicas à condição da surdez (por exemplo, a suposição de que a meditação exigiria “fechar os olhos e ouvir uma música” ou “necessariamente ouvir uma instrução oral guiada”). Em um determinado momento, optei por migrar das lives para encontros online em uma sala virtual, quando o grupo se tornou progressivamente menor na medida em que permaneceram apenas aqueles que demonstraram uma conexão genuína com a prática.

É comum me perguntarem se os surdos relatam maior estabilidade da mente pelo fato de não ouvirem, pois sabemos que o sentido auditivo nunca “desliga” e possui um alcance perceptual que vai muito além do espaço imediato – diferentemente da visão, cujos estímulos desaparecem tão logo fechamos os olhos ou são fortemente reduzidos quando mantemos o olhar fixo à frente. No entanto, o relato dos praticantes surdos é o de que a sua mente é tão confusa e caótica quanto a de nós, ouvintes, sendo incessantemente arremessada para lá e para cá por pensamentos que escapam ao seu controle. Isso só vem reforçar algo que já sabemos, mas que talvez esqueçamos: não são os sentidos ou mesmo os objetos do sentido que nos distraem; é nossa mente que, dominada por emoções perturbadoras, se deixa arrastar por quaisquer estímulos com os quais ela eventualmente estabeleça contato e pelas projeções que brotam sobre o passado e o futuro.

#PraTodosVerem: Marina Teles, uma das praticantes surdas de meditação mais engajadas e assíduas de nosso projeto desde o seu início, em 2020, até os dias atuais. Na imagem retirada de uma publicação em seus stories no Instagram, ela aparece sentada, praticando meditação sobre um tapete, de pernas cruzadas, na varanda de sua casa, com um tripé e uma câmera posicionados à sua frente, enquanto participava de nosso encontro online. Na legenda de sua postagem, ela escreve: “Prática e Meditação acessível em Libras! Tô amando”! (Foto: Reprodução/ Instagram)

#PraTodosVerem: Marina Teles aparece em uma janela grande em destaque em um de nossos encontros online, compartilhando experiências de sua prática, enquanto outros participantes, em janelas menores acima da tela, acompanham seu depoimento. Essa imagem de Marina foi extraída no momento em que ela produzia o sinal criado na libras para traduzir o termo “meditação” do português. O sinal é realizado de forma similar à posição das mãos em prece, na altura do coração, porém com apenas uma das mãos ao invés de duas e com um toque no peito (Foto: Reprodução/ Zoom).

Dada a minha conexão pessoal com o budismo e a minha participação no CEBB como facilitador, com o tempo passei também a interpretar atividades do CEBB para os praticantes surdos que quisessem conhecer o budismo em particular, tendo em vista que, no contexto do projeto, o tema da meditação tem sido abordado de modo exclusivamente secular. Assim, tive a oportunidade de realizar interpretações português-libras em grupos de estudos conduzidos pelo tutor Alexandre Vieira, do CEBB Mendjilá, um deles sobre o livro “Acolher o Indesejável”, de Pema Chodron, em 2022, e outro de “Introdução ao Budismo”, em seu programa de “Tutoria Engajada” de 2024; pelo facilitador do CEBB Fortaleza, Guilherme Bezerra Barbosa, e pelo tutor Marcus Vinicius Corrêa Carvalho, do CEBB Viamão, a interpretação sobre o livro “Jóia dos Desejos”, de Lama Padma Samten, em 2023 realizada conjuntamente com Margarida Maria Pimentel de Souza. Destaco também a oportunidade que tive de interpretar um retiro presencial de Lama Padma Samten em Viamão, “Lucidez em meio à vida: É possível? Como fazer?”, em 2023, para duas amigas surdas residentes de Porto Alegre, uma delas também atuante em nosso projeto como tradutora.

Outra atividade desafiadora que estamos realizando é a tradução do livro “Meditação Andando”, do mestre zen budista Thich Nhat Hanh, publicado pela Editora Vozes. Essa tradução tem se desenvolvido como um projeto de pesquisa derivado do projeto de extensão, desde 2020 e ainda em curso, por um grupo de linguistas e tradutores ouvintes e surdos. Tendo em vista que os sistemas de escrita propostos para as línguas de sinais ainda estão em processo de desenvolvimento e são de conhecimento de poucos membros da comunidade, o suporte midiático que tem sido largamente utilizado pelos surdos para suprir as funções da escrita é o registro em vídeo. Desse modo, essa tradução envolve não apenas a transposição do português para a libras, mas também da linguagem escrita para a linguagem filmada, o que tem sido um processo tão desafiador quanto enriquecedor para o nosso projeto.

#PraTodosVerem: a imagem apresenta uma experiência piloto de tradução de um excerto do livro “Meditação Andando”, na qual o tradutor está produzindo o texto em libras sentado de pernas cruzadas no chão, trazendo como cenário, ao seu lado, um pequeno altar com a imagem do Buda Sakiamuni, uma concha, flores e o livro que está sendo traduzido, e ao fundo, uma janela com vistas para um jardim de plantas, cercada por paredes de tijolos de barro. Essa experiência piloto foi filmada explorando os espaços físicos e naturais consagrados da aldeia CEBB Mendjilá (Foto: Reprodução/ Youtube).

#PraTodosVerem: a tradutora surda Renata Ohlson Heinzelmann Bosse está fazendo o trabalho de revisão em libras de outro texto intermediário utilizando o programa StreamYard, que possibilita ao revisor realizar comentários em vídeo por meio da webcam ao mesmo tempo em que manipula o vídeo a ser comentado. A imagem aqui reproduzida, então, foi extraída da gravação gerada pelo Streamyard, com a tela dividida em duas: à direita, figura a imagem do texto intermediário que está sendo revisado e, à esquerda, em destaque, Renata aparece no momento em que tece seus comentários críticos sobre a tradução (Foto: Reprodução/ StreamYard)

Algumas questões tradutórias para a transmissão do Darma em libras

Todo processo tradutório é por si só complexo e desafiador. Tendo em vista que as línguas de sinais são línguas naturais como quaisquer outras, alguns desses processos são comuns a quaisquer outras traduções envolvendo línguas orais; por outro lado, a diferença entre a modalidade vocal e sonora das línguas orais e a modalidade manual e visual das línguas de sinais introduz peculiaridades nesse processo com as quais estamos apenas começando a nos familiarizar. Dada a amplitude e complexidade do tema, trago nesse texto apenas duas questões que têm sido problematizadas em nosso projeto, à título de ilustração: a tradução de termos técnicos do budismo para a libras e os desafios da transposição da linguagem escrita para a linguagem corporeada, uma questão específica dos contextos de tradução envolvendo textos escritos em português e textos filmados em libras.

A questão da tradução terminológica no budismo é um tópico extremamente sensível. Idealmente, o tradutor deveria não apenas ser proficiente na língua de partida da tradução (no nosso caso, o português e o inglês) e na língua de chegada (no nosso caso, a libras), mas também possuir realização nos ensinamentos que se propõe a traduzir. Reconhecendo as nossas limitações, buscamos consultar praticantes mais experientes ou mesmo professores do Darma, quando temos a oportunidade, e cultivamos a motivação de bodicita de que a nossa tradução possa enfim produzir benefícios à comunidade surda, mesmo diante de nossos obscurecimentos mentais e das distorções inevitavelmente introduzidas no processo tradutório.

Ao traduzir termos do português para a libras, destacamos aqui três estratégias distintas entre as mais relevantes: utilizar sinais que já fazem parte do repertório vernacular na libras, estendendo a sua significação para o contexto técnico budista; criar neologismos explorando os processos convencionais icônicos de formação de sinais; ou preservar palavras da língua oral original na forma de empréstimos, utilizando o recurso das línguas de sinais conhecido como “soletração manual” – quando a palavra da língua oral é “reproduzida” manualmente por meio da utilização do chamado “alfabeto manual”. Tendo em vista a incipiência do nosso trabalho, todas as soluções adotadas até agora são sugestivas e certamente serão passíveis de revisão e aprimoramento.

Já mostramos na imagem da praticante surda Marina Teles um exemplo de um neologismo que criamos para o termo “meditação”. Esse neologismo tem por base um sinal polissêmico da libras que envolve a mesma configuração de mão do neologismo criado, mas que é produzido na região da boca. A polissemia desse sinal abrange nuances de sentido tais como as de “ausência de fala”, “ausência de movimento”, “silêncio”, “tranquilidade”, que no neologismo foi associado a um novo ponto de articulação, o do coração, associado à mente nos ensinamentos budistas. Outra motivação para esse neologismo foi um gesto semelhante que pessoas ouvintes por vezes realizam quando abordam tópicos como “foco” e “atenção”, bem como contextos de deferência na presença de professores do Darma, como alternativa ao gesto das “duas mãos em prece”.

#PraTodosVerem: a tradutora Isabela Cristina Barbieri apresenta o neologismo da libras criado para traduzir o termo “budismo” inspirado pelo mudra Bhumisparsha, atribuído ao Buda Sakiamuni no momento de sua iluminação, quando toca a Terra para invocá-la como testemunha de seu despertar. Nesse sinal, a “terra” é representada pela mão esquerda com a palma virada pra cima, enquanto a mão direita toca a palma com as pontas dos dedos, com o dorso da mão orientado para frente (Foto: Reprodução).

#PraTodosVerem: a tradutora Isabela Cristina Barbieri apresenta o sinal da libras que traduz o termo “mente” do budismo, inspirado pela visão budista de uma “mente-coração”, com as duas mãos configuradas em formato circular a partir do contato da ponta do dedão com a ponta dos demais dedos, estando uma das mãos posicionada na lateral da testa e a outra na região do coração (Foto: Reprodução).

A estratégia da soletração manual, por sua vez, é muitas vezes motivada por termos que no próprio português foram preservados na forma de empréstimos do sânscrito devido à sua dificuldade de tradução, como por exemplo samsara. No entanto, a preservação de termos do sânscrito no discurso em libras não é tão simples quanto no discurso em línguas orais. Isso porque o fato de a palavra estrangeira precisar ser soletrada manualmente introduz desafios sempre que a palavra é por demais extensa, o que rompe com o ritmo prosódico do discurso em libras. Mas independentemente da estratégia tradutória e seus desafios, é importante destacar que a libras não apresenta qualquer limitação inerente para a expressão dos ensinamentos budistas e, na medida em que os surdos circularem mais e mais nesse contexto, a linguagem do Darma naturalmente se tornará convencionalizada em libras, assim como se dá com qualquer língua oral.

O segundo desafio tradutório que gostaria de apresentar diz respeito aos contextos que envolvem tradução da modalidade escrita (de uma língua oral) para a linguagem filmada (de uma língua de sinais), que temos vivenciado na tradução do livro “Meditação Andando”. Esse desafio envolve o fato de que, na modalidade escrita do texto de partida, o ensinamento aparece de forma descorporeada, reduzido a uma sequência “fria” de marcas gráficas no papel. Do mesmo modo, em uma obra traduzida escrita, o corpo do tradutor está apagado e não interfere na interpretação do texto de chegada pelo público leitor da tradução. Entretanto, na tradução filmada em libras à qual o público-alvo surdo terá acesso, os ensinamentos serão transmitidos a esse público não por meio de palavras em formato gráfico, descorporeado, mas pela presença viva do corpo do tradutor.

Essa questão me remete a uma fala de Lama Padma Samten, citando um de seus professores, Tokuda San, quando dizia que os principais ensinamentos são dados “pelas costas” e não através das palavras. A meu ver, as implicações dessa afirmação vão além da noção de que “ações valem mais do que palavras”; ela também se estende à importância da “linguagem silenciosa da comunicação não-verbal”, tão bem explorada por Pierre Weil em seu livro “O corpo fala”. Quando um mestre dá ensinamentos, enquanto tradutores, devemos nos perguntar: o que dizem as suas expressões faciais, seus olhares, o ritmo de sua fala, o momento e a extensão de suas pausas, seus modos de sorrir? Afinal de contas, o modo como se expressam (o conteúdo não-verbal de sua fala) é tão importante quanto o que expressam (o conteúdo verbal de sua fala).

Isso coloca um grande desafio à tradução de ensinamentos budistas escritos para a libras filmada. Inevitavelmente, os tradutores da libras que fazem a transposição de textos escritos para textos filmados precisarão, além de traduzir o conteúdo verbal das palavras, recriar uma corporalidade que está ausente no texto de partida escrito. E, mais do que isso, o tradutor (ou os tradutores) que forem de fato aparecer no texto de chegada final deverão não apenas se familiarizar com os modos de se portar do professor que está por detrás das palavras abstratas do livro, mas também deverão ser capazes de encenar esse modo de se portar em sua performance no momento da filmagem. Essa questão vai ao encontro de uma reflexão que dois pesquisadores do campo de estudos da tradução de línguas de sinais, Ronice Müller de Quadros e Saulo Xavier Souza, problematizaram ao refletir sobre os primeiros trabalhos de tradução envolvendo línguas de sinais no Brasil: a de que os tradutores de línguas de sinais devem ser mais do que tradutores; devem ser “tradutores-atores”.

#ParaTodosVerem: a imagem traz uma ilustração do Rafael Odrus, grafiteiro surdo, havendo sua imagem central, um homem com pele de cor negra, usando boné e casaco de cor verde. Ele usa um colar e um anel no dedo mindinho direito, ambos de ouro. Abaixo dele, há palavra Libras, em letras garrafais, de cor cinza. Abaixo disso, a representação de cinco mãos com anéis dourados que apresentam a datilologia da palavra Libras (Foto: Reprodução).

Palavras finais

Em seu brilhante e comovente conto de ficção, “Em terra de cego”, o célebre escritor britânico Herbert George Wells narra a história do montanhista colombiano Nuñez, que em suas peripécias pelos Andes Equatoriais, após um acidente em meio a gretas e geleiras, acaba se deparando com um povoado de pessoas cegas em um vale remoto completamente isolado da civilização. H. G. Wells construiu um mundo invertido – “invertido”, é preciso dizer, na perspectiva de sociedades estruturadas em torno da visão – no qual a cegueira era a norma e os esforços de Nuñez de demonstrar a sua capacidade de “ver” ecoam como “palavras sem sentido” de um “homem selvagem” com “a mente e os sentidos imperfeitos”. Com uma habilidade narrativa que só os escritores magistrais possuem, H. G. Wells ressalta os ganhos que a cegueira proporciona às pessoas com essa condição sensorial e como, em uma sociedade estruturada em torno da cegueira, por mais paradoxal que possa parecer, possuir o sentido da visão poderia se apresentar como uma deficiência. Desse modo, o autor nos oferece um retrato convincente de que a noção de “deficiência” está muito mais vinculada a um contexto sociocultural do que a uma condição biológica individual.

Ao longo de pouco mais de duas décadas de convivência com as pessoas surdas e de aprendizagem da libras, muitas vezes me senti como Nuñez na terra dos cegos. As pessoas surdas são dotadas de habilidades visuais, manuais e performáticas extraordinárias e ainda hoje me esforço para aprimorar tais habilidades. As línguas de sinais são uma conquista extraordinária de nossa espécie, um patrimônio cultural inestimável e um testemunho da resiliência humana por encontrar meios de se comunicar e se relacionar socialmente uns com os outros. A comunidade surda me presenteou não apenas com a sua língua e com a profissão que hoje me sustenta, mas até mesmo com a oportunidade de uma vida humana preciosa, pois os desafios que vivenciei no âmbito da educação de surdos estiveram entre as principais causas e condições que me motivaram a buscar o budismo. Por meio do projeto Yoga e meditação para todos, aspiro do fundo do coração – juntamente com meus colegas do projeto – que possamos retribuir esse presente, tornando acessível aos surdos falantes de libras as práticas do yoga, da meditação e os ensinamentos do Darma de muitos grandes mestres, incluindo os de nosso professor Lama Padma Samten.

Que os méritos desse encontro se expandam e toquem a todos.

Informações adicionais

  • Para quem quiser conhecer mais sobre o projeto, incluindo depoimentos de pessoas surdas participantes, produzimos dois vídeos de divulgação: Vídeo 1 e Vídeo 2;
  • Em nossa conta do Instagram e do Youtube criamos conteúdos e fazemos divulgações das práticas;
  • A equipe de tradução do livro “Meditação Andando” envolve, além de mim, os professores: Markus Johannes Weininger (ouvinte), Renata Ohlson Heinzelmann Bosse (surda), Bruna Estefani Libano Alves (ouvinte) e Isabela Cristina Barbieri (surda); e
  • Em 2022, publicamos um artigo sobre a experiência de ensino de yoga para surdos mediado por interpretação em libras, desenvolvida em 2019.

Referências citadas

  • A referência completa do texto de Sherman Wilcox é: Wilcox, S. “Struggling for a voice: An interactionist view of language and literacy in Deaf education”. In: John-Steiner V, Panofsky CP, Smith LW (Eds.) Sociocultural Approaches to Language and Literacy: An Interactionist Perspective. Cambridge University Press; 1994: p. 109-138;
  • O grafite que aparece no banner em destaque nesta matéria é de uma obra do grafiteiro surdo Rafael Caldeira dos Santos, o Odrus;
  • Os dois quadros pintados em estilo expressionista são da artista surda Nancy Rourke;
  • O filme “E seu nome é Jonas” foi dirigido por Richard Michaels e lançado em 1979;
  • O livro “O corpo fala: A linguagem silenciosa da comunicação não-verbal”, de Pierre Weil e Roland Tompakow, foi publicado pela Editora Vozes;
  • O conceito de “tradutor-ator”, discutido por Ronice Müller de Quadros e Saulo Xavier Souza, integra no Capítulo 8 do livro “Estudos Surdos III”; e
  • O conto “Em Terra de cego”, de H. G. Wells, integra o livro “Contos fantásticos do século XIX” escolhidos por Italo Calvino, publicado pela Companhia das Letras. Entretanto, há uma versão do conto disponível na web.

Apoio

Nosso projeto ainda não conta com financiamento. Caso alguém sinta a motivação de contribuir, necessitamos de apoio tanto para a produção das filmagens do livro “Meditação Andando” quanto para a sustentação das atividades da professora de yoga do projeto, Monica Auga. Quem se sentir motivado, entre em contato conosco pelo nosso email yogaemeditacaoparatodos@gmail.com ou pelo meu contato pessoal: 48-99627-4722 e enviaremos uma planilha com o detalhamento dos custos do projeto para que possam decidir em que e como contribuir.

 

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