Filme une cultura e história social brasileira a elementos budistas
O cineasta e praticante William Alves mudou o argumento do longa A Roda da Vida após entrar em contato com o Darma; roteiro teve colaboração da sanga e do Lama Padma Samten.
Avidya, Samskara, Vijnana, Vedana, Trishna, Mahajara, os três animais, Caminho do Meio e tantos outros ensinamentos budistas estão presentes nas imagens e roteiro do filme A Roda da Vida do cineasta e praticante do CEBB William Alves.
Ambientado no Planalto Central, A Roda da Vida poderia passar como mais um filme que conta os dramas e vicissitudes da sociedade brasileira. Trata-se da estória de Osmar (Marcelo Pelúcio), um catador de lixo, que sonha em aprender a moldar o barro e tornar-se um artesão. Está aí a primeira das tantas citações budistas. O homem que modela o barro simboliza o segundo elemento da Roda da Vida: Samskara, ou marcas mentais.
Além da trajetória do artesão Osmar, há um segundo Osmar (também interpretado por Marcelo Pelúcio), que é um empresário em crise, sobre o qual se constrói uma narrativa paralela.
Com uma bela trilha sonora do compositor Rafaelo Santoro, o filme tem a deliciosa participação de grupos culturais do Planalto Central: Seu Estrelo e o Fuá de Terreiro, Os Buriti, Circênicos e Patubatê.
A ideia do filme, cuja direção também é assinada por Zefel Coff, surgiu após William receber, em 2010, um prêmio da Secretaria de Cultura de Brasília para desenvolver um argumento. Na época, o filme ainda tinha o nome de O Homem de Barro.
Cerca de um ano depois do prêmio, William começou a frequentar a recém-inaugurada sala do CEBB em Brasília e teve contato com o Lama Padma Samten em um retiro. “Foi tão impactante que eu mergulhei de cabeça no budismo e nos ensinamentos”, conta o diretor.
Aos poucos, veio o desejo de colocar naquele roteiro um pouco da imensidão de elementos do Darma que conquistavam a mente e coração de William. Uma das formas foi compartilhar esse desejo com a sanga de Brasília, que começou a colaborar com a discussão sobre os caminhos da narrativa. Lama Padma Samten também foi consultado tanto durante a elaboração do roteiro quanto na análise e aprovação do filme já acabado. “Foi uma felicidade”, comentou o Lama.
Foram oito anos desde a escrita do argumento até o resultado final, em 2018.
Neste mês de outubro, foi iniciada a campanha de lançamento do filme para o público geral, o qual já foi exibido em festivais em Brasília, Santos (SP) e Portugal. Através da plataforma Kickante, é possível colaborar e ter acesso online ao Roda da Vida.
Além ajudar os artistas e produtores, metade do que for arrecadado será convertido para os projetos educacionais do CEBB: Escola Vila Verde, de Alto Paraíso (GO) e Escola Caminho do Meio, de Viamão (RS).
Para colaborar com o projeto, acesse a página da campanha clicando aqui.
Hoje (21 de outubro de 2020), às 19h45, haverá uma live com o sociólogo e aluno do Lama Padma Samten, Henrique Lemes, e com William. Para ver o trailer de A Roda da Vida e assistir à live, acesse o canal da Tarape TV no Youtube.
Prática comum em algumas salas do CEBB pelo Brasil, aspiramos que o A Roda da Vida faça também parte das seções do Darma com Pipoca, prática regular interrompida temporariamente por causa da pandemia, e que o filme tenha longa vida também Brasil afora.
Conheça mais sobre o filme, na página oficial de A Roda da Vida.
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