Para fazer nascer uma nova escola, os adultos deveriam indagar: como precisamos viver para que seja realmente possível ensinar às crianças aquilo que é necessário que elas aprendam? Quando essa pergunta surge dentro de uma comunidade escolar, a separação entre transformação interna e externa começa a se diluir, e a educação passa a transcender a própria escola.

É a partir desse lugar que, como orientação direta às duas escolas ligadas ao CEBB, o Lama Padma Samten tem proposto um olhar sobre o tema do reencantamento da vida. Este tema surge da necessidade de se repensar, de modo complexo e amplo, as nossas formas de viver na escola e para além dela. Dentro da escola, a visão de reencantamento impulsiona o processo educacional a gerar uma reflexão interna sobre a condição humana e a busca por felicidade, e também desafia a comunidade escolar a agir a partir das noções de auto-organização e vida em rede. Na visão e nas iniciativas que o Lama Padma Samten tem desenvolvido, há as escolas e há as aldeias. É necessário que as aldeias coloquem em marcha, a partir da atuação dos adultos, as transformações que aspiram que as novas gerações possam dar seguimento.

“Na visão e nas iniciativas que o Lama Padma Samten tem desenvolvido, há as escolas e há as aldeias. É necessário que as aldeias coloquem em marcha, a partir da atuação dos adultos, as transformações que aspiram que as novas gerações possam dar seguimento.”
- Carolina Senna

O que se esconde e o que se revela sob o olhar de jovens mulheres da periferia do Recife?
Quais histórias guardam as mulheres pobres? E se pudéssemos ouvir o que está inscrito nas marcas de sua pele? Se cada ruga, cada marca do tempo, nos permitisse captar tudo pelo que já passaram: todas as histórias de dor, de luta, de enfrentamento, de coragem?

“Elas gritam? Gritam! Elas se aperreiam? Com certeza! Mas, como guerreiras que são, resistem. Muitas
perdem os filhos, mas alguma força brota lá dentro e as faz continuar — uma devoção ao cuidado com os outros.”
- Maria Liberal

A Bodisatva está prestes a publicar o livro Pais lúcidos, filhos bem-sucedidos (Joyful Parents, Successful Children). Nele, Lama Zopa Rinpoche oferece-nos conselhos preciosos sobre como criar filhos no contexto da prática budista. Rinpoche enfatiza a responsabilidade dos pais de oferecer bons exemplos às crianças e explica, de forma clara e profunda, como podemos planejar e orientar a criação dos filhos ensinando-os a gerar um bom coração.

“Assim como um mendigo na rua não é nutrido pela pessoa que está comendo uma refeição deliciosa em um restaurante caro, seus filhos não serão felizes como resultado do bom carma que você mesmo cria; em vez disso, eles mesmos têm de estabelecer carma positivo.”
- Lama Zopa Rinpoche

Uma palavra aparece frequentemente quando outros professores do Darma se referem a Elizabeth Mattis Namgyel: humildade. No Brasil, nós a conhecemos especialmente por meio de seus dois livros, O poder de uma pergunta aberta e A lógica da fé (ambos da Lúcida Letra), e a linguagem queeles trazem aponta nessa direção. Sua escrita é simples e honesta, não apenas por estar repleta de exemplos pessoais, mas porque Elizabeth faz questão absoluta de revelar, aparentemente sem muita edição, os caminhos internos que cruzou para enfim fazer o que considera fundamental que nós todos façamos: contar o Darma para si mesma. Com humildade e honestidade, ela está compartilhando conosco a sua própria realização.

Em outubro de 2019, Lia Beltrão realizou uma entrevista por video conferência com esta grande professora. A versão editada está publicada na Bodisatva 32 e aqui em nosso site você poderá conferir em breve o vídeo e a entrevista sem cortes.

“Em certo sentido, nós estamos no comando, estamos aprendendo, somos parte desse processo criativo de encontrar o nosso lugar na natureza das relações interdependentes. Mas também não sabemos. E isto nos torna muito humildes. É um aspecto comovente da condição humana o fato de que nós não podemos dizer o que acontecerá a seguir.”
- Elizabeth Mattis Namgyel