Materiais estão sendo disponibilizados no site do Centro Shiwa Lha, com previsão de nova obra a cada semestre
Quando uma obra com ensinamentos do Dharma chega à nossa língua é sinal que os méritos nos alcançaram. O Centro Shiwa Lha, situado no Rio de Janeiro, é uma organização sem fins lucrativos, afiliada da Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana, e realizou a tradução, edição e revisão não de uma, mas de várias obras importantes. Esses materiais foram recém-lançados digitalmente, por meio do Grupo de Tradutores do Centro Shiwa Lha, composto pela Venerável Tenzin Kunsang; William Souza; Maicon Kimura; Matheus Pangracio Italiano; Pedro Yacubian; Pierre Navega; e Paula Takahashi, esta última a jornalista que coordena o grupo e que redigiu a matéria abaixo. As capas de todos os materiais são assinadas pelo designer Alexis Teixeira. O trabalho voluntário de todos(as) eles(as) renderá ainda novos lançamentos em breve.
O Centro Shiwa Lha, único afiliado no Brasil da Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana (FPMT, na sigla em inglês), acaba de lançar uma biblioteca digital com traduções de alguns títulos de autoria dos fundadores da FPMT: o Lama Yeshe e o Lama Zopa Rinpoche.
Além de livros deles, há também, dentro da coleção compartilhada, obras de Ribur Rinpoche, Ani Karin, Alison Murdoch e Deyki-Lee Oldershaw. Todos os materiais podem ser baixados gratuitamente em formato PDF e ePub (confira link abaixo).
A intenção do Grupo de Tradutores do Centro Shiwa Lha é de lançar pelo menos um novo título por semestre, ampliando a oferta de ensinamentos dos lamas da tradição Gelug.
Em breve, sairá o livro “Liberação na Palma da Sua Mão”, de Pabongka Rinpoche, uma tradução do Centro com lançamento previsto ainda para este ano de 2025, pela Editora Mauad.
Leia trecho inédito
O trecho a seguir foi retirado do livro “Liberdade por Meio do Conhecimento”, um compilado de ensinamentos oferecidos pelos lamas fundadores da FPMT durante suas viagens pelo mundo.
Capa dos livros que fazem parte do acervo já traduzido pelo Centro Shiwa Lha (Foto: Reprodução/ internet)
No capítulo “Aproveite a Sua Vida ao Máximo”, Lama Yeshe mostra a sua irreverência e sensibilidade ao nos instigar a investigar a natureza da nossa própria mente e como podemos tirar o maior proveito possível desta preciosa vida humana. Confira:
“Desde o nosso nascimento, desperdiçamos praticamente todos os momentos de cada dia, mês e ano. Ao invés de aproveitar o nosso tempo e usá-lo para trazer felicidade, envolvemo-nos apenas em ações inúteis e usamos a nossa vida preciosa para nada. Julgávamos que o que fazíamos era útil, mas, se verificarmos, perceberemos que não era o caso.
Talvez você não concorde e pense que as suas ações valeram a pena, porque você cuidou da sua vida, manteve-se seguro e ganhou dinheiro. Mas isso realiza o seu potencial humano? É só disso que você é capaz? Se for só isso, você não é melhor do que um gato ou um coelho. Possuir o profundo potencial humano e usar a sua vida como um animal é um enorme desperdício de tempo. Você tem que compreender o quão extraordinariamente trágico isso é.
Se você analisar profundamente, desde o seu nascimento até agora, se houve algo realmente válido que você fez para trazer-lhe felicidade verdadeira e uma vida contente, será que encontrará alguma coisa? Verifique. Não olhe para os outros; verifique-se. Não é complicado: você tem corpo, fala e mente; apenas estes três. Quais das ações deles foram válidas?
A minha sugestão é que, na maior parte do tempo, as ações do seu corpo, fala e mente produziram somente frustração e confusão. Verifique: quantas horas há em um dia? Durante quantas dessas horas você esteve atento? Quantas horas foram positivas? Verifique desse modo. É bastante simples. O modo budista de análise é bastante científico. Qualquer pessoa pode fazê-lo; não tentamos ser exclusivos. É realista. Verifique por si mesmo.
Ainda que você diga que segue um caminho espiritual e leva a vida de um meditador, você não está falando sério. Não importa se você se senta para meditar, vai à igreja aos domingos, visita o templo com regularidade ou faz outros tipos de atividade religiosa rotineira; isso não quer dizer nada. As ações que você precisa realizar são aquelas que de fato o conduzirão à felicidade eterna e pacífica, o estado verdadeiramente feliz, e não àquelas que lhe proporcionam prazeres inconstantes. Ações com altos e baixos não são Dharma verdadeiro, nem meditação verdadeira, nem religião verdadeira — aqui posso fazer uma afirmação categórica. Verifique: você pode pensar que faz algo espiritual, mas a sua mente poluída não estaria apenas sonhando?”
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Outros títulos lançados incluem: “A Alegria da Compaixão”, “Ano do Lamrim”, “Como Gerar a Bodhicitta”, “Seja o Seu Próprio Terapeuta”, “Como as Coisas Existem”, “Tópicos Estendidos do Lamrim”, “16 Diretrizes Para uma Vida Significativa” e “A Quietude Pacífica da Mente Silenciosa”.
Acesse gratuitamente todos os livros em shiwalha.org.br/livros
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