Dezenas de pessoas de várias entidades se reuniram por essa causa (Foto: Thamise Santos)

Vigília pela Terra homenageia vítimas das
enchentes do RS e acende alerta ambiental

“Sem transformação da consciência, não haverá mudança real”, diz Lama Samten durante evento inter-religioso


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Revisão: Breno Airan
Edição: Breno Airan

Pessoas de diversas frentes se reuniram nas imediações da Usina do Gasômetro, na orla de Porto Alegre, esperançadas por um futuro melhor. Todos juntos e juntas de coração aberto. Afinal, foi um encontro inter-religioso, no intuito de lembrarmos o período desafiador das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul — praticamente, 1 ano após aquele evento climático extremo. De olho na COP30 e nas mudanças correntes do clima, a Vigília pela Terra reforçou a nossa visão para este lugar que chamamos de casa.


No último dia 17 de maio, às margens do Guaíba, em Porto Alegre, dezenas de pessoas se reuniram em um emocionante momento de homenagem às vítimas das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, em 2024. A “Vigília pela Terra” foi promovida por diversas instituições e reuniu representantes de diferentes tradições religiosas em um gesto coletivo de solidariedade, reflexão e esperança por um futuro mais compassivo.

As mudanças climáticas são uma realidade inegável. Há décadas, especialistas alertam sobre os riscos do colapso ambiental e inúmeros eventos têm sido realizados ao redor do mundo para discutir o tema. No entanto, os avanços reais ainda são lentos e insuficientes diante da urgência da situação.

Durante a vigília, o Lama Padma Samten destacou a importância de ultrapassarmos o campo teórico, para que possamos promover uma verdadeira transformação de consciência e atitudes.

Lama Samten dividindo uma vela às margens do Guaíba (Foto: Thamise Santos)

“Nós entendemos todas as coisas, mas a Humanidade segue impulsionada por padrões destrutivos. Estamos aqui reunidos, de diferentes tradições religiosas, graças à iniciativa do ISER [Instituto de Estudos da Religião] e do movimento Religiões pelo Clima, como um exemplo de união e compromisso. Buscamos a transformação da consciência. Sem isso, não haverá mudança real — nem por leis, nem por normas. A grande dificuldade está em transformar o que já compreendemos em comportamentos concretos”, afirma Lama Samten.

Segundo ele, a transformação da mente segue a partir do coração. “Nosso coração é livre e pode tomar decisões na direção da preservação da vida”, reforça.

A vista do pôr do sol do Guaíba reforça nossa necessidade de cuidar do que nos rodeia; na oportunidade, pétalas foram lançadas no corpo líquido em homenagem às vítimas das enchentes do RS, em 2024 (Foto: Thamise Santos)

O evento foi apoiado por diversas entidades, como o ISER, Coletivo Abrigo, Fóum Inter-Religioso e Ecumênico do Rio Grande do Sul (FIRE-RS), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), ZEN Vale dos Sinos, Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB), Visão Mundial, Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Conselho do Povo de Terreiro do Rio Grande do Sul, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Curicaca, Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, Global Shapers Porto Alegre e Youth Action Hub.

Em grande medida, a vigília foi mais do que um ato simbólico: foi um chamado para resgatar nossa conexão com a Terra e com todos os seres. 

Que essa união entre espiritualidade, compaixão e ação no mundo inspire caminhos reais de cuidado e harmonia!

Lama Padma Samten encarando o horizonte, em Porto Alegre (Foto: Thamise Santos)


Matéria publicada em 29/05/2025
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